segunda-feira, 9 de setembro de 2019

ENSINO MÉDIO CEARENSE: UM PSICÓLOGO PARA 14 MIL ALUNOS

A rede de escolas públicas do ensino médio no Ceará vive uma epidemia de casos envolvendo transtornos mentais. Frente a isso, acredite, apenas 30 psicólogos educacionais respondem pelos 423 mil estudantes distribuídos em 728 unidades educacionais no Estado.
É como se cada profissional tivesse que dar conta de 14,1 mil alunos. Se a conta fosse estendida para envolver os professores da rede estadual, hoje com mais 13 mil efetivos, a média seria ainda maior. Desde 2017, nenhum outro profissional foi contratado.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em média 800 mil pessoas morrem por suicídio no mundo todos os anos. Essa é a principal causa de morte de jovens de 15 a 29 anos.
No Brasil, as mortes autoinfligidas são a quarta causa de óbitos de adolescentes e jovens
A falta de mais suporte psicológico também é defendida como aspecto que agrava o rendimento e a evasão escolar dos educandos. Conforme análises feitas pelo Todos Pela Educação — organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que desenvolve várias pesquisas sobre Educação no Brasil —, com base nos resultados de 2017 da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), a porcentagem de alunos cearenses acima do nível considerado adequado está abaixo da média nacional e apresenta poucos avanços em relação aos anos anteriores.
Professora do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Veriana Colaço sustenta a ligação direta entre saúde mental e desempenho escolar. "Se o estudante está com dificuldades de lidar com o sofrimento, ele vai desconcentrar, ficar com depressão. Tem repercussão certa na aprendizagem. Com isso, ele não vai desempenhar as atividades como tem de desenvolver", analisa a psicóloga educacional.
Para ela, o principal problema é a não obrigatoriedade da presença dos profissionais da mente nas unidades de ensino. Nos moldes atuais, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) não considera como gasto em educação programas suplementares de alimentação, assistência médico-odontológica, farmacêutica e psicológica. 
Postado por Tadeu Nogueira às 11:43h
Com informações de Ítalo Cosme/Jornal O Povo