domingo, 25 de fevereiro de 2024

CAMOCIM E O ELIXIR DE NOGUEIRA


O que um simples anúncio de remédio pode revelar para a história? 

Muito mais do que a gente pensa. Numa época em que a indústria farmacêutica e a mídia ainda não tinham o arsenal de mídias que possuem hoje, os anúncios em jornais e revistas, além do rádio, era a maneira de propagar os efeitos de seus produtos, sem falar dos propagandistas de feiras a percorrer o país. 

Mas hoje vamos enfocar os anúncios dos remédios em revistas de circulação nacional, como a D. Quixote, do Rio de Janeiro. Um dos recursos de marketing da época era o depoimento de pessoas, impressos nas revistas, contando como foram curadas, oriundas de várias cidades do país. Neste sentido, encontramos vários destes depoimentos enviados de Camocim, quase sempre por indivíduos da chamada “sociedade”, ou seja, da elite local. 

No anúncio destacado, enaltecendo os efeitos curativos do Elixir de Nogueira, observa-se no depoimento do Sr. Francisco Menescal Carneiro, identificado como Redator Chefe do jornal “O Rubi”, que ele foi curado “de um forte reumatismo no peito” e que sua mulher e uma filha que sofriam de “flores brancas” e que HISTÓRIAS 91 foram completamente curadas. 

“Flores Brancas” era o nome popular para candidíase Além de se visualizar uma foto do jornalista Francisco Menescal Carneiro, muito rara para os dias de hoje, sabemos pelo anúncio que o Elixir de Nogueira era vendido em todo o Brasil e países da América Latina como Argentina, Uruguai, Bolívia, Chile, dentre outros. 

Por uma simples carta datada de 1917 e anunciada numa revista em 1921, podemos ter várias informações e possibilidades de se ver a história da cidade. Este é o seu fascínio!

Texto extraído do livro "Miolo de Pote", de Carlos Augusto P. dos Santos