segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

O MARXISMO DO GRANJENSE LÍVIO XAVIER

Jornalista, tradutor, poeta e crítico literário, foi pioneiro do trotskismo brasileiro, tendo sido membro do Partido Comunista do Brasil (PCB) e, mais tarde, fundador do Grupo Comunista Lênin e da Liga Comunista Internacionalista. 
Lívio Barreto Xavier nasceu em Granja, em 25 abril de 1900. 

De família abastada, Lívio Xavier foi uma criança cercada dos confortos possíveis naqueles tempos e paragens do interior do Ceará, mesmo sendo o terceiro de uma família de 13 rebentos. 

Teve como pais Elisa Barreto Xavier e Ignácio Xavier – quem de início foi caixeiro-viajante e mais tarde se associou ao poderoso comerciante Carvalho Mota, o que lhe permitiria constituir uma empresa própria (chegando a ser tratado como “coronel”). 

O pai do futuro revolucionário era adepto da reacionária oligarquia dos Acciolys, laços que resultaram em facilidades usufruídas depois pelo filho – quando teve de se deslocar a Fortaleza para estudar.

A formação espiritual de Lívio Xavier, seu ingresso no universo da leitura e da escrita, começou muito cedo, por volta dos cinco anos de idade, quando sua inteligência já chamava a atenção – influenciado por sua mãe, que lia muito, e pelo contato com os negociantes que transitavam na firma do pai. 

Porém, seu caráter questionador também o afastava da participação nas tradições locais, especialmente as religiosas, às quais dedicava indiferença no que dizia respeito à doutrina, mas não em relação aos aspectos cênicos dos rituais, que o fascinarão até a idade adulta. Além da fruição estética, a vida religiosa na pequena Granja (ainda mais tendo como padrinho de crisma o próprio bispo diocesano) era um sinal de distinção social; mas ele nunca chegou a ser um fiel.

Desde os primeiros estudos na escola, exerceu em paralelo um intenso autodidatismo, já que a família constituíra um bom acervo de livros célebres: de Victor Hugo, Herculano e Júlio Diniz a José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo e Olavo Bilac. Aos 13 anos, partiu do porto de Camocim, cidade litorânea mais próxima de Granja, para Fortaleza, onde levaria a cabo os estudos secundários e viveria sob a proteção dos amigos ilustres da família – até se mudar para o Rio de Janeiro para cursar direito.

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